Fissura Lábio Palatina

Fissura lábio palatina
A fissura lábio palatina é a anomalia congênita mais comum da face, acomete 1 em cada 680 nascimentos vivos e pode ser diagnosticada durante a gestação.
Tem etiologia genética e ambiental como deficiência de vitaminas, doenças infecciosas ou uso de medicamentos durante a gestação.
A fissura lábio palatina acomete mais frequentemente o sexo masculino, enquanto as fissuras palatinas isoladas são mais acometidas no sexo feminino.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser realizado durante a gravidez, no ultrassom morfológico realizado no pré natal a partir da 14-15 semanas gestacionais. O diagnóstico precoce permite a orientação familiar no aspecto psicológico e quanto ao tratamento adequado.
Tipos de fissura lábio palatina
As fissuras lábio palatinas são classificadas de acordo com a extensão e lateralidade.
Podem ser:
Fissuras labiais (completas ou incompletas, unilaterais direita ou esquerda, bilaterais ou mediana)
Fissuras lábio palatinas (completas ou incompletas, unilaterais direita ou esquerda, bilaterais ou mediana)
Fissuras palatinas (completas ou incompletas, unilaterais direita ou esquerda ou bilaterais)
As fissuras labiais acometem apenas os lábios, sem acometimento do alvéolo, estrutura onde nascem os dentes, palato anterior (palato duro) e palato posterior (palato mole). As fissuras lábio palatinas são aquelas que acometem todas estas estruturas e as palatinas apresentam a deformidade apenas no palato, isto é, na porção dentro da boca, podendo ser do palato duro e mole ou apenas no palato mole mais posterior, algumas vezes, a única evidência clínica é a presença de úvula bífida.
Tratamento
O tratamento é multidisciplinar e deve ser realizado por profissionais capacitados. as especialidades envolvidas incluem a cirurgia plástica, pediatria, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, psicologia.
O tratamento cirúrgico das fissuras labiopalatinas tem como objetivo o restabelecimento anatômico das formas anatômicas alteradas, com equilíbrio
muscular dentro da normalidade, crescimento facial adequado e o retorno das funções, com melhora da deglutição alimentação e fala.
A parte cirúrgica é realizada por etapas, sendo a primeira cirurgia realizada aos 4- 5 meses de vida, com a correção da fissura labial e palatoplastia posterior.
Após um período de 6 meses a um ano, é realizada a segunda etapa cirúrgica da palatoplastia anterior.
A rinoplastia pode ser realizada em três momentos: junto com a primeira etapa cirúrgica, na fase pré escolar e na adolescência.
A alveoloplastia com enxerto ósseo, quando necessária, é realizada a partir dos 9 anos de idade, fase de troca da dentição para permanente.
Cirurgias ortognáticas são realizadas na idade adulta nos casos de pacientes que tiveram uma restrição de crescimento do terço médio da face e apresentam a maxila mais retraída.
Pós operatório
No pós operatório alguns cuidados são necessários como a dieta líquida e pastosa fria ou morna. Não é permitido o uso de mamadeira ou chupeta, portanto orientamos anteriormente os pais para já oferecerem o leite e a dieta em copo ou colher para evitar mais dificuldades de aceitação da dieta após as cirurgias.
Em bebês e crianças pequenas, as mão precisam ser restringidas através de luvas ou talas para que não permitam a introdução dos dedos das mãos ou brinquedos na boca o que causaria ferimentos, abertura de pontos e perda da cirurgia.